terça-feira, 6 de novembro de 2012

Naufrágio em URUAÚ - Navio Siqueira Campos

HISTÓRIA DO NAVIO - SIQUEIRA CAMPOS

Lançado ao mar, no dia 28.08.1907, como o navio alemão Gertrud Woermann, de 6.465 toneladas brutas, construído para a Woermann Linie KG. Possuía 132,20 metros de comprimento e 15,40 de boca.
No início da Primeira Guerra Mundial, se encontrava no Rio de Janeiro, de onde foi impedido de zarpar. O governo brasileiro o confiscou em 01.06.1917, e o renomeou como Curvello. Foi afretado pelo governo francês durante o período entre 1918 e 1921.  
Em 1925 o Lloyd Brasileiro passa a ser oficialmente o seu proprietário, e em 1927 recebe o nome de Cantuária Guimarães.
Seu nome, finalmente é alterado no ano de 1931 para Siqueira Campos.  
Navio misto (carga/passageiro), foi utilizado na rota Santos - Lisboa - Antuérpia - Hamburgo.
No ano de 1940 retornando da Alemanha, foi apresado por navios da Marinha britânica pois trazia a bordo um carregamento de material de guerra encomendado pelo governo brasileiro. Tendo sido conduzido até Gibraltar, lá permaneceu, juntamente com seus passageiros durante dois meses, até ser liberado.
Na noite do dia 24 de Agosto de 1943, navegava em comboio escoltado pelos caça submarinos Juruá e Jaguarão. Deste comboio também fazia parte o cargueiro Cuiabá.
Os dois cargueiros navegavam em paralelo, a uma distância de cerca 500 metros. Ambos sem luzes acesas, devido ao risco de serem localizadas por um submarino. Num determinado momento, o Cuiabá realiza forte guinada, acabando por se chocar contra o outro cargueiro.
O impacto foi muito forte, mesmo que o comandante do Siqueira Campos tenha tido tempo de tentar evitar o desastre. Ambos tiveram seus porões danificados e grande volume de água penetrou pelos rombos.
Cuiabá rumou para o porto de Fortaleza e foi encalhado deliberadamente na praia de Mucuripe. Por sua vez, o Siqueira Campostomou o rumo da costa e chegou a fundear, na manhã do dia 25, próximo a Aracati. Tentou-se de tudo, até mesmo alijar parte da carga, mas mesmo assim as bombas não conseguiam dar vazão a água que entrava. Como não foi possível realizar reparos no casco, zarpou em direção de Fortaleza. Na altura da praia de Uruaú, o navio tocou o fundo, as máquinas pararam de funcionar e foi então ordenado seu abandono.
A bordo apenas permaneceram seu comandante, o imediato e o contramestre que aguardaram o socorro de um rebocador enviado de Fortaleza. Por vários dias foi tentado o salvamento da embarcação que, acabou sendo dada como perdida, com todo seu carregamento. 
Atualmente, se encontra a 8 quilômetros ao largo da Praia do Uruaú. Está muito raso, tanto que parte de sua estrutura foi dinamitada como perigo a navegação. Seu costado encontra-se a 3 metros de profundidade, e sua quilha a cerca de 10. Devido a sua baixa profundidade, parte de suas estruturas de popa e proa podem ser admiradas fora da água em períodos de baixa mar, como podemos ver nas fotos abaixo.

3 comentários:

  1. Parabéns à todos que contribuíram para este feito. Antes eu não havia me interessado pela história do navio Siqueira Campos, mas agora através deste blog fiquei curiosa e ansiosa para ler todas as histórias que envolvem a maravilhosa Praia de Uruaú. Sigam em frente com muita determinação, Deus os abençoe.

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  2. E o povo ainda diz que quem vive de passado eh museu...u uruau tem historias e sobre elas realidades construidas...vamos pra frente 1A...vamos que vamos...

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  3. Muito interessante,vale a pena saber dessas historias de Uruau,que muitos ainda não podem saber..Por isso visite o nosso Blog do 1ºA !!

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